PROFESSOR ARTISTA/ARTISTA PROFESSOR

Corporeidade trans: fragmentos cotidianos

A exposição apresenta uma seleção de obras sobre a pesquisa de Marina Reidel que trata do ativismo das pessoas trans na sociedade. A artista representa os processos de violência que as pessoas trans carregam o tempo inteiro na sociedade, na forma de uma Via Crucis contemporânea, por meio de uma série de retábulos expressando diferentes tipos de agressões sofridas por esses corpos em fronteira.

A mostra traz objetos, cerca de oito retábulos, estilo capelinhas e pedestais, com técnica mista. A exposição se estende até janeiro de 2024, mês da visibilidade Trans.

a artista

Licenciada em Artes Visuais pela  Universidade Feevale pós-graduada  em Psicopedagogia pela universidade Castelo Branco do Rio de Janeiro e mestra em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É uma mulher transexual, professora Arte educadora da Fundarte em Montenegro eSupervisora Escolar da Escola Estadual Especial Renascença em Porto Alegre. Atua a 33 anos como professora. também atuou como gestora da política LGBT do estado do Rio Grande do Sul e nos últimos seis anos foi diretora do Departamento LGBT do governo federal. Também é coordenadora LGBTQIA do Fundo Positivo e Secretaria da Igualdade RS. Como ativista social e arte educadora Tem desenvolvido nos últimos anos, trabalhos em diversas linguagens das artes visuais Direcionando  os temas de direitos humanos e direitos LGBTQ IA.

texto curatorial

O Corpo trans é abjeto e desejo. Esta performance corporal remete ao processo cultural de violência cotidiana que reproduz nos espaços da sociedade todo o tempo. Essa mesma cultura que mostra que o. Brasil é o pais que mais mata as pessoas trans no mundo e o mesmo que também está em primeiro lugar nos acessos a pornografia trans  vistas nos sites.

Essa narrativa sobre os corpos trans reproduz essa abjeção e esse desejo.

Neste projeto intitulado Corporeidade trans: fragmentos cotidianos, a professora artista Marina Reidel, apresenta uma instalação composta por objetos, oratórios e capelas convidando aos expectadores a vivenciar e perceber cenas do cotidiano de pessoas trans, narrativas de vidas destes corpos que na maioria das vezes, são negados e violentados socialmente. A autora denuncia a violência e as formas de abjeção e desejo marcados pelos corpos trans que estão colocados à margem da sociedade, excluídas e jogadas nas calçadas deste país que na maioria dos casos, a prostituição como único trabalho e sobrevivência.

Marina é uma mulher trans, professora artista que ao longo do tempo viveu em diversos espaços nas escolas, na gestão pública, na universidade e nas esquinas do Brasil também e ocupou espaços contrapondo-se a realidade brasileira, de que em alguns lugares não pode ser acessado por corpos trans.

Estes fragmentos trazidos pela autora, provocam uma reflexão a partir do seu universo e do cotidiano, trazendo as marcas de vidas que insistem em existir e viver com os corpos que insistem em resistir.

“Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro, ano passado eu morri, mas este ano eu morro…permitem que fale, não as minhas cicatrizes…”

Marina Reidel

2023

abertura
12 de dezembro 2023, 19h

visitação
Até 28 de janeiro de 2024, de terças a domingo, das 10h às 18h, inclusive feriados.

local
Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943, Porto Alegre).

entrada franca